quarta-feira, setembro 12, 2007

Não compreendo

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, voltei a deparar-me com o cheiro da morte. Por esta ou aquela razão. Ninguém sabe. Ninguém explica. O que está feito, está feito.

O teu palco é o Mundo. O desespero a tua desgraça. Chegas e não pensas em mais nada. És egoista. Revoltas-me. Afogas as mágoas em vinho, num crepusculo tranquilo.

Regressas ao quarto e vês os olhos a brilhar. Irrita-te a inocência deles. Sentes o alcool a correr-te nas veias. Matas, escondes, continuas a esconder. Até quando?

Chamam-te mãe. Não sentem a tua dor. O sofrimento arrasta-se no teu interior, consimindo-te o discernimento. Decides poupá-los ao que tu julgas ser um pesadelo. Matas um e depois o outro. Não contente, incapaz de arcar com a responsabiliade, acabas contigo.

Num dia, num jornal, duas mães assasinas. Porquê?

"Os filhos são para as mães as âncoras da sua vida" - S

Seria tudo tão fácil...

I don't know just where I'm going
But I'm gonna try for the kingdom, if I can
'Cause it makes me feel like I'm a man
When I put a spike into my vein
And I'll tell ya, things aren't quite the same
When I'm rushing on my run
And I feel just like Jesus' son
And I guess that I just don't know
And I guess that I just don't know

I have made the big decision
I'm gonna try to nullify my life
'Cause when the blood begins to flow
When it shoots up the dropper's neck
When I'm closing in on death
And you can't help me not, you guys
And all you sweet girls with all your sweet silly talk
You can all go take a walk
And I guess that I just don't know
And I guess that I just don't know

I wish that I was born a thousand years ago
I wish that I'd sail the darkened seas
On a great big clipper ship
Going from this land here to that
In a sailor's suit and cap
Away from the big city
Where a man can not be free
Of all of the evils of this town
And of himself, and those around
Oh, and I guess that I just don't know
Oh, and I guess that I just don't know

Heroin, be the death of me
Heroin, it's my wife and it's my life
Because a mainer to my vein
Leads to a center in my head
And then I'm better off than dead
Because when the smack begins to flow
I really don't care anymore
About all the Jim-Jim's in this town
And all the politicians makin' busy sounds
And everybody puttin' everybody else down
And all the dead bodies piled up in mounds

'Cause when the smack begins to flow
Then I really don't care anymore
Ah, when the heroin is in my blood
And that blood is in my head
Then thank God that I'm as good as dead
Then thank your God that I'm not aware
And thank God that I just don't care
And I guess I just don't know
And I guess I just don't know

Heroin, by Velvet Underground

domingo, setembro 09, 2007

Ao sabor do vento

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, terminei uma semana recheada de emoções fortes. Por nenhum e por todos os motivos. Um dos sentimentos experimentados foi o de perda. Conto-vos a historia, resumida, com imagens.

Foto-1
O vento estava a tirá-lo do conforto do ninho, fazendo com que caísse constantemente.

Foto-2
Apesar das inumeras tentativas, estava sempre a cair. Por isso resolvi tomar conta dele.


Foto3
Ainda não sabia comer. Tentei alimentá-lo como podia. As ferramentas não eram muitas.




Foto4
Ensinei-lhe que podia confiar. Aprendeu onde tinha de ir buscar o comer.

Foto5
Ficou tranquilo. Depois da tempestade... o sossego. Dormiu na minha mão, comeu na minha mão, sujou a minha mão. Não sabia voar, nem comer sozinho.


Num dia de manhã, cedo, do qual não há registos, coloquei-o numa caixa, onde os pais o pudessem ver e alimentar. Durante um bom pedaço de tempo, eles cumpriram com as suas obrigações.


A meio da manhã decidi que talvez estivesse melhor no ninho, onde os pais chegassem com mais facilidade. Assim foi. O rapazito que não sabia comer sozinho, que andava aos trambulhões porque nem dar uns saltitos conseguia, ganhou asas e vou. Um voo tosco, movido pela força do vento. Optou por tornar-se adulto antes do tempo. O primeiro, talvez tenha sido o último voo que fez. Não sei, mas quero acreditar que não. Espero que esteja algures por aí, a contar aos outros que afinal existe um gajo, mal encarado, que se preocupou.


"Desejo tanto que respeitem a minha liberdade que sou incapaz de não respeitar a dos outros" - F.S.

(in)sanidade

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, percebi que tenho um lugar guardado no inferno. Bem quentinho, onde vou poder continuar a dizer barbaridades com os meus colegas de trabalho. Pior do que dizê-las, é pensar que a certo momento nos fizeram rir.

Barbaridade 1
- A culpa foi dos gémeos. Tinham ciúmes da primogénita.

Barbaridade 2
- Os pais descobriram a miúda com uma overdose. Garrote e seringa espetada no braço.

Barbaridade 3
- Com três anos, deixou uma nota de suicídio que ninguém consegue ler, nem mesmo o laboratório inglês, onde trabalham bebés altamente especializados.

"Para tornar a realidade suportável, todos temos de cultivar em nós certas pequenas loucuras" - M.P.

sexta-feira, setembro 07, 2007

Em Português

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, lembrei-me de ti. Cá estou outra vez. Mudo-te, na tentativa de me entenderes. Vamos falar a mesma lingua. Escuta-me e entende-me. Nada é por acaso.

Mundo Cão - Escuteio-os pela primeira vez enquanto via televisão. Tinha de os procurar. A força das letras arrepia. A musicalidade impressiona. A voz 'tá lá.


Mão Morta - O velho e o novo cruzam-se. Nada a dizer. Som cru, puro e duro. A violência das palavras realçada na agressividade dos instrumentos. Voz infernal.



Censurados - Até as espécies que parecem mais aptas em determinada altura acabam por padecer. A inocência da verdade em palavras.


"A linguagem é como uma pele: com ela eu contacto com os outros" - R.B.

segunda-feira, julho 30, 2007

A assorda...

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, sonhei que estava a conduzir. Uma estrada sinuosa. A viagem terminou com o carro a baloiçar, com a parte da frente a inclinar-se junto a um precipicio.

Não costumo lembrar-me dos sonhos, mas quando isso acontece os pormenores são assustadores de tão... pormenores que são.

Tirando os... pormenores. O sonho resume-se a ter encontrado um colega de trabalho a fazer uma assorda no meio de um campo de guerra. Na desportiva, como se nada fosse. Aliás, quem é que nunca ouviu os relatos de tropas que fazem assorda no meio de uma batalha gigantesca!?

Adiante. No dia seguinte ao sonho, chego ao trabalho e lá estou eu a contar a história, cheia de... pormenores. Entretanto, o meu colega chega.

Eu: Gajo, sonhei contigo!
Gajo: Mau, queres ver que tenho de contar à tua mulher!!?
Eu: Não! Não é nada disso. Sonhei que estavas a fazer assorda no meu sonho! No meio de um campo de guerra!
Gajo: Estas a gozar!!
Eu: Népias. Tou a falar a sério. Porquê?!
Gajo: Ontem jantei ASSORDA!!!!

"Digo-te o que sonhei... dir-te-ei o que comes!" - E.

segunda-feira, julho 23, 2007

Ainda...

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, descubro isto enquanto limpava os meus favoritos....




Eu vou ali cortar os pulsos e já venho...

domingo, julho 22, 2007

Custa tanto

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, voltei a sentir que estou um BOCADINHO farto das condições existentes no meu trabalho.

Ter de ir trabalhar ao fim-de-semana é como quem me "tira anos de vida". É uma bela merda, deixar a respectiva em casa, sozinha, enquanto se vai encher os bolsos a quem não merece nem uma pevide.

Pior do que isso é começar o trabalho, a um domingo, às 17h00, tendo em conta que a hora de saída é, se tudo correr bem, quando for.

Pergunto-me vezes sem conta: 'Valerá a pena?' 'Será que alguma vez vou recuperar este tempo?' AAAAAARRRRRRRGGHHHHHHHHHHHH

"Será que algum dia me vais desculpar por este tempo desperdiçado?" - E.

quarta-feira, julho 18, 2007

Go girls

No outro dia, enquanto dava de beber aos olhos e à mente, reparei que as últimas bandas sonoras deste blog estavam muito 'amachadas'.

Mesmo sem reclamações ou elogios, achei que estava na altura de 'shakar' um bocadinho!!!

Assim, chegou a hora de dar voz às senhoras!!!

Notas sobre este Rock 'agajado':

1- CSS: Brazucas, com um ar alucinado, que fazem umas musiquinhas brilhantes.

2- L7: Se os Nirvana foram os pais do Grunge, estas moças foram as mães!! ;)

3- Hole: Courtney Love, a vocalista, é tudo o que uma mulher pode ser numa só pessoa.

4- Garbage: Shirley Manson, ai os vestidinhos da Shirley Manson

"Uma mulher é uma oportunidade de prazer! Até poderíamos dizer quando encontramos uma: eis uma bela noite que ali vai!" - A.M. (pela piada da frase, nada mais!)